sábado, janeiro 30, 2010

posta depressiva

A gente vive a pensar na felicidade e esquece que é só um conceito.
Cá de mim prefiro não pensar que só dá chatice.

terça-feira, dezembro 08, 2009

A escada para o muro de ver trovoadas

PC080052

Em noites de trovoada subíamos aquela escada e íamos postar-nos encostados ao muro, imóveis, a chuva e o vento a fustigar-nos o rosto e ali ficávamos serenos, molhados até aos ossos.
De um lado o rio reflectia a luz brilhante dos relâmpagos. Defronte brilhavam os carris da linha do comboio enquanto pequenas faíscas se soltavam das catenárias.
Alheios ao ralhar barulhento dos trovões e já descrentes em qualquer Deus, achávamos, contudo, que a natureza nos escolhera como modelos para nos fotografar. 

terça-feira, dezembro 01, 2009

Foi tudo um mal-entendido

A polícia foi induzida em erro pois foi-lhes dito que eram elementos do Green Piss que estavam a mijar a Torre do Bill, hein!


sábado, novembro 28, 2009

Cansaço

E eu já estou como a lenor.
Hoje sinto-me um velho que não chegou a velho.

sexta-feira, novembro 27, 2009

A história do livro doente

Nasceu, um livro como muitos outros.

Teve as doenças comuns à infância dos livros.

Com 6 anos foi operado às amigas que se reencontraram no último capítulo.

Aos 13 quase morria com uma ap(índice)ite aguda mas sobreviveu para se tornar um livro adulto, pobre e doente.

Viveu toda a vida na penúria pois quase não tinha notas do editor.

Já velho, doía-lhe muito a lombada, tinha cálculos no prefácio, um furúnculo no título...

Certa noite foi internado de urgência. Operaram-no ao epílogo para tirar 2 parágrafos.

Tudo em vão.

Caiu da prateleira e ficou inerte na alcatifa da sala com um olhar de estante.

No velório não se livrou da crítica.

:)

Se eu fosse uma borboleta
batia as asas aqui
e mandava uma aragem
carregadinha de
chocolates
ali para Madrid.
Mandava também
aquele casaco com gola de pelo.
Parece que lá
está muito frio.

quinta-feira, novembro 26, 2009

A noia e o mongo, take 3 (Lúcida ainda se cai ui, diamonds!)

pata que pôs o conhecimento
tomara ser ceguinha
ceguinha de ver dentro
que vemos dentro e muda o nosso lugar no mundo
há quem lhe chame lucidez
dava jeito ser um pouco menos lúcida
agora abaralha essa merda toda
que eu vou tomar um comprimido
hoje o homem que bebe muito estava estendido no passeio a dormir
tinha a garrafa junto dele
e os homens dos papeis?
não os vi
talvez veja daqui a pouquito
eles são como os vampiros
vêm pela calada da noite
com o seu ferrão
silenciosos
só se ouve o murmúrio do papel a ser ferido
como uma folha seca
nem isso que os nossos onvidos não ouvem aquela frequencia
isso é porque os nosso onvidos estão offvidos:)
cum raio, existimos mesmo?
claro que existimos:)
às tantas no meio de tanta filosofia duvido
o engraçado é que o berkeley diz que nada existe
a existência é um conceito
nós somos o concreto
no entanto ele não morreu debaixo das patas de um cavalo
pois não:)
aliás ele nem disse nada disso
pois nunca existiu
olhamesta porra
o lidl aqui abriu hoje
tinha montes de promoções e fui lá buscar para o xxxxx que me pediu
tão eu vi lá sapatinhas baratas giras
vai daí, eu que calço 36 comprei umas 38 para lhe meter muitos pares de meias
esperta, não?
agora parecem umas barcas
só tens uma solução
vais até Sagres
lanças-te ao mar
ahhahahh boa
e encetas uma nova idade dos descobrimentos:)
ou então vais ao Palácio de S. Bento dobrar o mostrengo:)

quarta-feira, novembro 25, 2009

de-lírios do conde

penso, logo existo
penso, logo hesito
penso, logo irrito
penso, logo emito
penso, logo insisto
penso, logo resisto
penso, logo desisto
penso, logo foda-se lá pó caralho
em abstracto, o descartes estava certo
o pior é que nós não somos uma mera abstracção do nosso pensamento
somos também a fonte dele
e podemos pegar em todas as filosofias que possamos conceber
fazer delas uma bolinha deliciosa
digeri-la
e mesmo assim não nos mata a insatisfação que sentimos
mesmo sabendo que pensamos, que existimos
tendo consciência de uma série de merdas
umas mais banais do que outras
ter consciência da fome não nos mata a fome
ou seja...
ou seja...
não faço ideia do que seja

domingo, novembro 15, 2009

Um final feliz

Gervásio deambulava, deprimido, abúlico, absorto e sem destino, pelas ruas da cidade. A vida fora-lhe madrasta e não se lembrava sequer de há longos anos ter um único momento de felicidade. Por várias vezes ponderara pôr termo à vida mas nunca arranjara coragem para realizar tal intento.
- Ah, quem me dera um momento, um único momento de felicidade nesta miserável existência!
E foi mergulhado nestes pensamentos que Gervásio entrou na rua da Felicidade no momento em que esta era guindada para a rua.
Naquela manhã, na rua da Felicidade, cumpria-se a rotina das manhãs em que ela, a Felicidade, mulher de 28 anos e 230 quilos de peso, necessitava de sair para fazer exames médicos.
O carro dos bombeiros, equipado com um guindaste, estacionou junto ao prédio da Felicidade a fim de a retirar pela janela da sala daquele 6º andar acanhado e a depositar na ambulância que a levaria ao hospital.
Snap! Um estalido, o cabo do guindaste a partir-se e, com estrondo, Felicidade a despenhar-se sobre Gervásio.
Gervásio morreu logo ali... com a Felicidade estampada no rosto...

sexta-feira, novembro 13, 2009

É chunga, Jung!

quarta-feira, novembro 11, 2009

Fodi-te x 318.000.000

foodhit

domingo, outubro 25, 2009

Arre, não me aborreçam

Arre que sono!

Que inércia.

Que inépcia.


E o governo quase a tomar posse.

Mais do mesmo.

Abaixo os políticos


Grrr  
Vou gomitar, já venho

sexta-feira, outubro 16, 2009

A bilha

- Viste-lha?
- Bilha!

quinta-feira, outubro 15, 2009

A bolha

... é complicado

agora dizem que o tempo é redondo

só o paradoxo do tempo pode explicar isso

ou seja

que o universo se expande e depois de ocupar todo o universo (ihih) se vai contrair

supondo que o tempo não é linear

pode ter acontecido em qualquer altura

mesmo no futuro

até ficar outra vez essa coisinha minúscula que vai explodir outra vez e fazer novas galáxias e tal

teríamos de ter um tempo não linear

para resolver o paradoxo

o eterno retorno, novos homens e tal

porque já tudo existia antes de existir

sim, é isso, tempo de rabo na boca

mas isso não é tempo ser redondo

é o universo estar contido num balão

mas o que é que está no exterior do balão?

pois, aí falha

acho que o paradoxo só pode ser resolvido se o tempo for não linear

daí aqueles meus pontos de interrogação

perfeitamente caótico

o tempo é caos

e temos que a matéria se move no tempo

segundo um ritmo do qual temos uma percepção linear

tempo é matéria

mas que não é assim

pá, cala-te

falha-me algo

falha tudo:)

que raio fica qd ele se encolhe?

fica o universo exterior ao nosso

que raio fica lá qd o universo encolhe?

que universo? foste lá ver?

qd o universo encolhe um outro se expande

mas o universo tb pode ser uma peúga

pis universos às cusadas uns aos outros

cujo movimento é o de virar peúgas do avesso

ahah

inda damos em tolinhos

nós já não damos uma pá caixa

por isso não damos em tolinhos

eu já n sou muito certinha, fico pior

mas temos o solipsismo para resolver este dilema

morremos e destolamos de todo

o universo morre connosco

qd morremos acaba o tempo

o nosso

o tempo dos outros é uma peúga malcheirosa

não interessa

ou voltamos na proxima expansão do universo?

na

eh pah

começa tudo de novo

o universos é uma peúga que se vira nas mãos de uma velhota

que tem vizinhas velhotas que viram peúgas

volta a haver pre-história e tudo

nós não valemos um cu

nem um peido

somos menos que nada nonada

e temos tanta prosápia

temos a ilusão de valermos 3 peidos e um cagalhão fresco

quando o universo der a volta à tripa

eu não

já nós desaparecemos sem ninguém dar por isso

tenho consciência de que sou apenas uma criatura cheia de dúvidas

nem sei de onde veio aquela bolinha

nem eu

já lá estava

ou melhor

ainda não existe

onde? caiu um berlinde de outro universo?

existe a matéria que ira fazer a bolha

sou uma bolha, pica-me

que no virar da peúga nos dará a ilusão de ser passado

mas que ainda não aconteceu

atão olha

a alma é a bolinha? ihih

não sei o que é a alma

a alma é o que a gente sente

aquela coisa que nos faz ser sós

a ultima camada da cebola que somos

tazaver?

a alma é o conteúdo da mala

a alma é o que não é genes

é onde me doi qd penso nestas coisas

mas nós somos a alma e a mala da alma

sendo que alma e mala se escrevem com as mesmas letras

somos a casinha da alma

pois é

pá, olha que já não somos nada certinhos

:)

bate palmas ao triunfo da razão, respira e adiante

a razão quase nunca tem razão

felizes os homens que têm certezas sobre tudo que eu só tenho dúvidas

a razão engana-nos

mas ficam todos contentes, não sabes?

são as regras

claro que ficam

é suposto que assim seja

vou malhar

esta merda tá com lag

técnicas da vida ah ah

acho que a peúga vai virar do avesso o universo mirciano

alto

parece que me aguentei

quem não chora não mama:)
...

domingo, outubro 11, 2009

Republicação de um soneto imperfeito (fora de época mas sempre pertinente)

Soneto muito imperfeito

Mais um ano findou, outro começa,
Como se um lanho fundo houvéssemos rasgado
Num calendário que inventamos à pressa,
Com folhas coloridas de um e de outro lado.

Mas o ano é o mesmo sem o ser,
Um dia atrás do outro enfileirado
E a ilusão de termos, sem o ter,
O tempo numa mão bem agarrado.

Com a outra acenamos, despedimos,
Um ano que foi só o dia de ontem
Com gritos e risadas guturais,

Sem sabermos quem somos, de onde vimos...
Cuidando que as verdades não nos cortem
A ilusão destes erros naturais...

domingo, outubro 04, 2009

As flores

As flores cresceram para ela e começaram a morder-lhe os pés. Comeram, com deleite, ambas as pernas dela até aos joelhos. Ela continuou a fumar e a dar risinhos, consequência das cócegas que as flores lhe provocavam. Acabou de fumar, saltou do tronco da árvore para o chão apoiando-se nos cotos ensanguentados e afagou as flores.
- Como é bom estar em harmonia com a natureza - pensou.

Empoleirada numa árvore

fumo o último cigarro do dia.
Vou ficar empoleirada até me dar um chilique.
Ali em baixo estão umas flores que me querem morder.