sábado, novembro 28, 2009

Cansaço

E eu já estou como a lenor.
Hoje sinto-me um velho que não chegou a velho.

sexta-feira, novembro 27, 2009

A história do livro doente

Nasceu, um livro como muitos outros.

Teve as doenças comuns à infância dos livros.

Com 6 anos foi operado às amigas que se reencontraram no último capítulo.

Aos 13 quase morria com uma ap(índice)ite aguda mas sobreviveu para se tornar um livro adulto, pobre e doente.

Viveu toda a vida na penúria pois quase não tinha notas do editor.

Já velho, doía-lhe muito a lombada, tinha cálculos no prefácio, um furúnculo no título...

Certa noite foi internado de urgência. Operaram-no ao epílogo para tirar 2 parágrafos.

Tudo em vão.

Caiu da prateleira e ficou inerte na alcatifa da sala com um olhar de estante.

No velório não se livrou da crítica.

:)

Se eu fosse uma borboleta
batia as asas aqui
e mandava uma aragem
carregadinha de
chocolates
ali para Madrid.
Mandava também
aquele casaco com gola de pelo.
Parece que lá
está muito frio.

quinta-feira, novembro 26, 2009

A noia e o mongo, take 3 (Lúcida ainda se cai ui, diamonds!)

pata que pôs o conhecimento
tomara ser ceguinha
ceguinha de ver dentro
que vemos dentro e muda o nosso lugar no mundo
há quem lhe chame lucidez
dava jeito ser um pouco menos lúcida
agora abaralha essa merda toda
que eu vou tomar um comprimido
hoje o homem que bebe muito estava estendido no passeio a dormir
tinha a garrafa junto dele
e os homens dos papeis?
não os vi
talvez veja daqui a pouquito
eles são como os vampiros
vêm pela calada da noite
com o seu ferrão
silenciosos
só se ouve o murmúrio do papel a ser ferido
como uma folha seca
nem isso que os nossos onvidos não ouvem aquela frequencia
isso é porque os nosso onvidos estão offvidos:)
cum raio, existimos mesmo?
claro que existimos:)
às tantas no meio de tanta filosofia duvido
o engraçado é que o berkeley diz que nada existe
a existência é um conceito
nós somos o concreto
no entanto ele não morreu debaixo das patas de um cavalo
pois não:)
aliás ele nem disse nada disso
pois nunca existiu
olhamesta porra
o lidl aqui abriu hoje
tinha montes de promoções e fui lá buscar para o xxxxx que me pediu
tão eu vi lá sapatinhas baratas giras
vai daí, eu que calço 36 comprei umas 38 para lhe meter muitos pares de meias
esperta, não?
agora parecem umas barcas
só tens uma solução
vais até Sagres
lanças-te ao mar
ahhahahh boa
e encetas uma nova idade dos descobrimentos:)
ou então vais ao Palácio de S. Bento dobrar o mostrengo:)

quarta-feira, novembro 25, 2009

de-lírios do conde

penso, logo existo
penso, logo hesito
penso, logo irrito
penso, logo emito
penso, logo insisto
penso, logo resisto
penso, logo desisto
penso, logo foda-se lá pó caralho
em abstracto, o descartes estava certo
o pior é que nós não somos uma mera abstracção do nosso pensamento
somos também a fonte dele
e podemos pegar em todas as filosofias que possamos conceber
fazer delas uma bolinha deliciosa
digeri-la
e mesmo assim não nos mata a insatisfação que sentimos
mesmo sabendo que pensamos, que existimos
tendo consciência de uma série de merdas
umas mais banais do que outras
ter consciência da fome não nos mata a fome
ou seja...
ou seja...
não faço ideia do que seja

domingo, novembro 15, 2009

Um final feliz

Gervásio deambulava, deprimido, abúlico, absorto e sem destino, pelas ruas da cidade. A vida fora-lhe madrasta e não se lembrava sequer de há longos anos ter um único momento de felicidade. Por várias vezes ponderara pôr termo à vida mas nunca arranjara coragem para realizar tal intento.
- Ah, quem me dera um momento, um único momento de felicidade nesta miserável existência!
E foi mergulhado nestes pensamentos que Gervásio entrou na rua da Felicidade no momento em que esta era guindada para a rua.
Naquela manhã, na rua da Felicidade, cumpria-se a rotina das manhãs em que ela, a Felicidade, mulher de 28 anos e 230 quilos de peso, necessitava de sair para fazer exames médicos.
O carro dos bombeiros, equipado com um guindaste, estacionou junto ao prédio da Felicidade a fim de a retirar pela janela da sala daquele 6º andar acanhado e a depositar na ambulância que a levaria ao hospital.
Snap! Um estalido, o cabo do guindaste a partir-se e, com estrondo, Felicidade a despenhar-se sobre Gervásio.
Gervásio morreu logo ali... com a Felicidade estampada no rosto...

sexta-feira, novembro 13, 2009

É chunga, Jung!

quarta-feira, novembro 11, 2009

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