terça-feira, dezembro 08, 2009

A escada para o muro de ver trovoadas

PC080052

Em noites de trovoada subíamos aquela escada e íamos postar-nos encostados ao muro, imóveis, a chuva e o vento a fustigar-nos o rosto e ali ficávamos serenos, molhados até aos ossos.
De um lado o rio reflectia a luz brilhante dos relâmpagos. Defronte brilhavam os carris da linha do comboio enquanto pequenas faíscas se soltavam das catenárias.
Alheios ao ralhar barulhento dos trovões e já descrentes em qualquer Deus, achávamos, contudo, que a natureza nos escolhera como modelos para nos fotografar.