domingo, outubro 11, 2009

Republicação de um soneto imperfeito (fora de época mas sempre pertinente)

Soneto muito imperfeito

Mais um ano findou, outro começa,
Como se um lanho fundo houvéssemos rasgado
Num calendário que inventamos à pressa,
Com folhas coloridas de um e de outro lado.

Mas o ano é o mesmo sem o ser,
Um dia atrás do outro enfileirado
E a ilusão de termos, sem o ter,
O tempo numa mão bem agarrado.

Com a outra acenamos, despedimos,
Um ano que foi só o dia de ontem
Com gritos e risadas guturais,

Sem sabermos quem somos, de onde vimos...
Cuidando que as verdades não nos cortem
A ilusão destes erros naturais...